Arquivo por ano: 2016
PAI É INSUBSTITUÍVEL NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA
“O pai é fundamental na formação da personalidade da criança, e como ela desenvolverá diversas características até a idade adulta. As crianças sentem a rejeição como se ela realmente fosse uma dor física.
As partes do cérebro ativadas quando um pequenino se sente rejeitado são as mesmas que se tornam ativas quando ele se machuca, com uma diferença: a dor psicológica pode ser revivida por anos, levando à insegurança, hostilidade e tendência à agressividade.
Um pai presente e carinhoso tem exatamente o efeito contrário na formação da personalidade do filho: o pequeno cresce feliz, seguro e capaz de estabelecer ligações afetivas muito mais facilmente na vida adulta.”
Que o amor materno é fundamental para a vida de qualquer criança, não temos qualquer dúvida.Aliás, em pleno século XXI, nossa cultura ainda coloca sob responsabilidade (quase que exclusiva) da mãe os cuidados com os filhos (é uma criança que faz birra? Que bate no amiguinho? Que vai mal na escola? “A culpa é da mãe”, não é assim que ouvimos comumente por aí?).
Mas como fica o papel do pai nessa história? Pois um estudo recente mostrou que ele é fundamental na formação da personalidade da criança, e como ela desenvolverá diversas características até a idade adulta.
Pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos EUA, demonstraram que crianças de todo o mundo tendem a responder da mesma forma quando são rejeitados por seus cuidadores, ou por pessoas a quem são apegadas emocionalmente. E quando essa rejeição é do pai, diferentemente do que muitas pessoas acreditam, ela causa marcas profundas.
Segundo os estudiosos, que avaliaram 36 trabalhos envolvendo mais de 10.000 pessoas, entre crianças e adultos, a rejeição paterna tem essa influência tão marcante porque, em primeiro lugar, é mais comum do que a materna.
E também porque a figura do homem é associada a prestígio e poder – ou seja, para a criança, é como se ela tivesse sido esquecida ou preterida por alguém que todos consideram importante.
Agora vem a parte mais triste: o estudo mostrou que as crianças sentem a rejeição como se ela realmente fosse uma dor física. As partes do cérebro ativadas quando um pequenino se sente rejeitado são as mesmas que se tornam ativas quando ele se machuca, com uma diferença: a dor psicológica pode ser revivida por anos, levando à insegurança, hostilidade e tendência à agressividade.
A boa notícia é que um pai presente e carinhoso tem exatamente o efeito contrário na formação da personalidade do filho: o pequeno cresce feliz, seguro e capaz de estabelecer ligações afetivas muito mais facilmente na vida adulta.
Fonte: O SEGREDO
Depressão pós-parto acomete mais de 25% das mães no Brasil
No Brasil, em cada quatro mulheres, mais de uma apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. A constatação é do estudo Factors associated with postpartum depressive symptomatology in Brazil: The Birth in Brazil National Research Study, 2011/2012, realizado pela pesquisadora Mariza Theme, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), e publicado na edição de abril do Journal of Affective Disorders. A prevalência desse distúrbio no país foi mais elevada que a estimada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para países de baixa renda, em que 19,8% das parturientes apresentaram transtorno mental, em sua maioria a depressão.
O trabalho foi desenvolvido no âmbito da pesquisa Nascer no Brasil, maior estudo a respeito de parto e nascimento no país já ocorrido. Coordenado pelas pesquisadoras Maria do Carmo Leal e Silvana Granado, a pesquisa apontou número excessivo de cesarianas (52% no total, contra 88% no setor privado) e ainda a persistência de intervenções dolorosas e desnecessárias no parto (como a episiotomia e a manobra de Kristeller, uso de ocitocina, menor frequência da utilização de analgesia obstétrica, dentre outros).
“O estudo Nascer destacou o elevado número de cesarianas e os efeitos que o parto no Brasil tem sobre a mulher e o bebê. Sabíamos, por exemplo, da associação entre a cesariana e o desenvolvimento do transtorno de estresse pós-traumático, mas não era isso que desejávamos analisar. O que ainda não havia sido investigado era se tal modelo de parto, com muitas intervenções desnecessárias, poderia ser um desencadeador do quadro depressivo dessas mães. Esse foi um dos pontos de partida da pesquisa”, explicou Mariza.
A depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. A literatura cita efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência. “A mulher depressiva, normalmente, amamenta pouco e não cumpre o calendário vacinal dos bebês. As crianças, por sua vez, têm maior risco de apresentar baixo peso e transtornos psicomotores”, esclareceu.
Depressão pós-parto atinge mulheres pardas e de baixa escolaridade
A pesquisa entrevistou 23.896 mulheres no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê. A prevalência global de sintomas de depressão pós-parto foi de 26,3%, mas a comparação entre os períodos de 6 a 9 meses (25,7%) e de 9 a 12 meses (27,1%) não indicou diferença significativa no desenvolvimento do transtorno mental.
Foram analisadas variáveis sociodemográficas, individuais e obstétricas. Com o intuito de verificar se o uso de intervenções durante o trabalho de parto, particularmente o trabalho de parto muito doloroso e sem analgesia, estaria associado ao desenvolvimento de sintomas depressivos, foi criado um indicador de “trabalho de parto doloroso” que incluía as mulheres submetidas ao uso de medicação para acelerar o trabalho de parto, e que referiram aumento significativo da dor; que não tiveram acesso a nenhum tipo de analgesia; e que passaram pela manobra de kristeller (aplicação de pressão na parte superior do útero com o objetivo de facilitar a saída do bebê). Além disso, o histórico de perda fetal ou neonatal; complicações na gravidez, parto e pós-parto (incluindo a realização de histerectomia) e se a gravidez foi planejada estiveram no escopo das entrevistas.
“Observamos que essas variáveis da intervenção no parto não mostraram associação com a depressão pós-parto. O resultado nos leva a algumas hipóteses, entre elas o fato de haver uma aceitação como “normal” o modelo atual de atenção ao parto ainda realizado no Brasil. Em outras palavras, será que essas manobras já estão tão assimiladas que não funcionariam como um possível fator que levaria à depressão?”, questionou.
As mães que apresentaram sintomas de depressão pós-parto, de acordo com o modelo final da análise, são da cor parda, de baixa condição socioeconômica, com antecedentes de transtorno mental, com hábitos não saudáveis, como o uso excessivo de álcool, paridade alta e que não planejaram a gravidez “Os resultados são muito coerentes com o que a literatura internacional demonstra”, disse.
Por último, chamou a atenção da equipe de trabalho uma pergunta sobre a avaliação do atendimento na maternidade, na ocasião da alta médica. As mulheres que desenvolveram sintomas de depressão foram aquelas que avaliaram pior seu atendimento. “Isso suscitou algumas interpretações, mas, como a investigação da depressão foi realizada num único momento, não sabemos se a avaliação foi ruim porque a mulher estava deprimida ou se o atendimento, de fato, foi inadequado e desencadeou o surgimento dos sintomas. As mulheres que fizeram má avaliação do atendimento tiveram probabilidade duas vezes maior de apresentar os sintomas depressivos do que aquelas que avaliaram como muito bom.”
Fonte: EcoDebate, 25/04/2016
Disciplina e organização são importantes para criar limites?
Quais são os limites da criação? Essa é uma questão que permeia todo o dia a dia de quem lida com as crianças.
Se entendermos que a boa ordem e rotina de um ambiente, sejam as regras destinadas a auxiliar a boa convivência das pessoas, poderemos concluir que uma criança em desenvolvimento será beneficiada por estas repetições.
O banho sempre no mesmo horário, a hora do papá, a hora da limpeza da casa, do cheiro da comida, do passeio, do sono. Os sons da casa, a iluminação, as coisas sempre no mesmo lugar, tudo isso facilita o “reconhecimento” do ambiente, o reconhecimento de si, neste lugar. O encontro com as outras pessoas…
Não se diz aqui em rigidez ou falta de flexibilidade, mas, que as coisas aconteçam sempre na mesma ordem, proporcionando à criança coerência na condução dos comportamentos, o que mantém um sentimento de regulação e autoconhecimento, inclusive com relação ao seu próprio corpo e as sensações que ele provoca.
Se pensarmos no bebê, que começa a desenvolver o conhecimento sobre si mesmo e o mundo que o cerca, poderemos imaginar que ele se sentirá bem seguro, quando, ao sentir-se incomodado pela umidade no corpo após um alívio fisiológico (diga-se popularmente, cocô ou xixi) ele experimentar a sensação de uma água quentinha , toque das mãos conhecidas e acolhedoras e cheiro de fraldinha limpa… o que ele aprenderá? Que sempre que ele se molha, esta boa sensação ocorre.
Desta forma o ritmo do corpo começa a agir em função de repetir este prazer, na busca da acomodação. Se estiver em um ambiente onde esta regra se repita, ele passa a conhecer não só a sensação interna de prazer, como a externa que o auxilia a controlar seus impulsos para manter a segurança das boas sensações.
É fundamental nos primeiros anos de vida que se estabeleçam bons relacionamentos bebê e mundo pois, os adultos que estiverem atentos a esta regra e a mantiverem controladas, terão muito mais chances de ajudarem seus filhos a se desenvolverem de forma positiva a si mesmos e ao ambiente que os rodeia.
“Discussões, tantas vezes renovadas, sobre a questão de saber se a criança nasce moral ou imoral ou se possui pelo menos, em si, elementos positivos de moralidade ou imoralidade. O problema assim colocado, não admite solução definida. Agir moralmente é conformar-se às regras da moral. Ora, as regras da moral são exteriores à consciência da criança; são elaboradas fora dela; a criança só entra em contato com elas num momento determinado de sua existência”. (JM Piaget)
Fonte: Fãs da Psicanálise
Meu parente está com depressão, como posso ajudá-lo?
Previsões realizadas pela Organização Mundial da Saúde no século passado apontavam que em 2030 a depressão seria responsável por 9,8% do total de anos de vida saudáveis perdidos para doenças, porém, em 2010 o índice já havia sido atingido.
Atualmente sabemos que as doenças mentais, em especial a depressão, contribuem mais para uma piora significativa na qualidade de vida do que outros quadros médicos, além de provocar maiores prejuízos em tarefas diárias do que doenças cardíacas, artrite, diabetes e hipertensão. Portanto, ter consciência que a depressão não tem relação alguma com “vagabundagem” é parte importantíssima do processo.
Três coisas são cruciais quando se pretende auxiliar alguém com esse diagnóstico, sendo elas: Amor, paciência e conhecimentos. O foco primordial deste texto é fornecer conhecimentos, já que muitos dos comportamentos de um indivíduo depressivo podem tornar difícil a convivência, reduzindo tanto a paciência quanto o amor a este destinado.
O indivíduo não quer mais fazer nada!
A falta de motivação é um sintoma típico de pessoas com depressão. Qualquer atividade torna-se extremamente difícil, já que além de não haver energias para iniciá-la, agora ela lhe custa muito mais esforço. Se anteriormente levantar da cama e ir até a padaria era algo completamente normal, agora tornou-se uma tarefa tão árdua quanto correr a maratona sem haver se preparado nem ao menos por um dia.
Ele não escuta mais nada do que falo, desistirei de dialogar!
Muita calma nessa hora, afinal, trata-se de outra expressão da doença. A capacidade de concentrar-se e manter a atenção em algo agora está prejudicada. Existem muitos pensamentos catastróficos rodeando a mente dessa pessoa: “Só dou trabalho à minha família”; “Nunca conseguirei ser feliz de novo”, e daí por diante. Imagine só como deve ser difícil se manter focado em algo!
O convido para fazer várias coisas que sempre gostou, e mesmo assim nada parece bom!
Sim, como é de se imaginar pela linhagem descrita até o momento, também há uma correlação entre prazer e depressão. Por sinal um dos aspectos mais importantes da depressão é o de que o indivíduo deixa de sentir prazer em atividades que até então lhe eram prazerosas. Ou seja, não significa que sua companhia ficou desagradável, mas sim que há um prejuízo na própria capacidade de sentir (alta sensibilidade para circunstâncias desagradáveis; baixa sensibilidade para as agradáveis).
Ele deixa toda a comida no prato, mal está comendo!
Na depressão há uma alteração significativa no apetite. O mais comum é que o indivíduo não sinta fome, comendo muito menos do que o habitual, porém, existem muitos casos nos quais – em uma possível tentativa de preencher o vazio interior que anda sentindo – acaba por comer demais (Os manuais apontam uma alteração de cerca 5% no peso do indivíduo em apenas um mês!).
Portanto, não! Sua comida não se tornou péssima do dia para a noite!
Vive dizendo que é feio e não serve para nada!
A autoestima sofre um dos maiores abalos trazidos pela depressão. Não se diz essas coisas simplesmente por dizer, de fato o indivíduo sente-se esse lixo que relata. Não consegue mais perceber o que há de belo em suas feições, além de também não encontrar utilidade alguma em sua existência. “Deixo de tentar não só pela falta de energias, mas também pela certeza do fracasso!”
Em resumo, o que espero que se apreenda com esta leitura?
Como em todo processo de mudança, há a necessidade de perceber que as melhoras irão ocorrer de modo gradual. Não se pode comparar constantemente o indivíduo com aquilo que ele era anteriormente à depressão, mas sim com a forma como esteve no pior momento da doença, deste modo, haverá a oportunidade de reconhecer cada pequeno progresso, fator que tem extrema importância no trajeto rumo ao restabelecimento.
Saber que as alterações citadas acima são produzidas pela depressão tende a melhorar o prognóstico da doença, haja vista que muitas vezes os familiares “desistem” daquele indivíduo, isolando-o no lar. Cogitar que todo seu esforço não está sendo reconhecido pode produzir raiva, criando circunstâncias nas quais você acabará confirmando todos aqueles pensamentos destrutivos que o indivíduo anda tendo sobre si.
Procurar ajuda especializada é crucial. O acompanhamento psicológico tende a reduzir a duração e intensidade dos sintomas depressivos, além, é claro, de viabilizar a prevenção à recaída e o regresso do indivíduo àquelas atividades que a depressão o fez abandonar.
Autor: Diego Caroli
Fonte: Contioutra
Pânico: o Medo de Sentir Medo
A síndrome do pânico é um tipo de transtorno psicológico relacionado à ansiedade, caracterizando-se pela ocorrência de repetidas e inesperadas crises ansiosas que ocorrem de forma aguda e intensa, acarretando alterações emocionais e corporais. Uma pessoa com síndrome do pânico faz interpretações equivocadas e catastróficas dos acontecimentos, aumentando a sensação de medo intenso de que algo ruim possa acontecer, como morte iminente, ou até mesmo pela expectativa de ter novas crises a partir de interpretações das próprias reações e sensações corporais. Apesar de ter uma prevalência maior em pessoas ativas com mais de 20 anos, o transtorno pode aparecer em qualquer idade, inclusive em crianças.
O ataque de pânico tem um início súbito e aumenta rapidamente, atingindo o seu pico, em geral, em 10 minutos, acompanhado por um sentimento de perigo ou catástrofe iminente e um anseio por escapar. Diante de uma crise de pânico, a pessoa sente intensa palpitação, calafrios ou ondas de calor, suor em excesso, falta de ar, tremor, náusea ou desconforto abdominal, tontura, sensação de não conseguir respirar, além de medo de perder o controle, de morrer e de enlouquecer. Também é comum que crises de pânico sejam acompanhadas por “agarofobia”, que é o temor de estar sozinho em lugares dos quais não se consiga sair rapidamente, se necessário, ou caso sinta-se mal.
A síndrome do pânico compromete todos os aspectos da vida de uma pessoa, sejam eles pessoais ou profissionais.Normalmente, um indivíduo que apresenta o transtorno passa a viver na expectativa de novas crises, evitando situações das quais tema ou que o façam se sentir impotente e, assim, sujeito a novos ataques de pânico. Com isso, ele passa a evitar lugares específicos, algumas atividades e, muitas vezes, até sair de casa, limitando as suas experiências.
Embora a genética e o ambiente possam ser fatores determinantes para o surgimento da síndrome do pânico, é significativo o aumento da ansiedade patológica devido às demandas da vida moderna e à dificuldade da pessoa em reconhecer e lidar com questões subjetivas, deixando-a, dessa forma, à deriva com suas emoções. Entre as demandas da vida moderna estão aquelas relacionadas a um momento profissional intenso, dificuldades financeiras, perda de alguém querido, dificuldades afetivas ou sexuais, nascimento de filhos, mudanças inesperadas, problemas de saúde e outros, que se manifestam em momentos específicos da vida.
Tratamento
O tratamento da síndrome do pânico com psicoterapia é fundamental para se investigar e entender a origem do transtorno. O tratamento deve ser específico e especializado para cada pessoa, que irá aprender a identificar e a lidar com os processos que poderiam levá-la a uma posterior crise, possibilitando que consiga produzir e criar e evitando que se imobilize diante da sensação provocada pela crise, que esvazia e despotencializa.
Na primeira etapa do tratamento com psicoterapia, o indivíduo aprende a prever e a controlar as crises por meio de técnicas específicas, fazendo com que atue sobre os processos mantenedores da ansiedade e que ativam os ataques de pânico. Porém, o controle das crises não significa a cura. Em alguns casos, é fundamental combinar a psicoterapia com o acompanhamento de um médico psiquiatra para o sucesso do tratamento, pois, muitas vezes, se faz necessário o uso de medicamentos para aliviar os efeitos físicos provocados pelo desequilíbrio bioquímico no organismo.
A duração do tratamento da síndrome do pânico depende de uma série de fatores e de cada caso. Normalmente, a pessoa aprende a controlar as crises em até seis meses por meio de técnicas da terapia cognitiva comportamental. Porém, uma avaliação mais completa com o objetivo de descobrir o motivo pelo qual a síndrome se instaurou e, dessa forma, auxiliar o indivíduo a desenvolver a capacidade de aprender a se agenciar e administrar a ansiedade, ocorre por meio de um processo psicoterapêutico mais longo.
Autora: Mary Scabora
O cuidado de si como pratica de vida
“Nunca é cedo nem tarde demais para cuidar da própria alma”. Epicuro
No dia-a-dia, diante dos acontecimentos e das questões com as quais temos que lidar, somos atravessados por emoções que algumas vezes nem passam por nossa consciência. Porém, o fato de não nos ocuparmos com elas, ou mesmo não percebê-las, não significa que não possuam efeitos em nossa vida.
Ao longo de um dia, podemos sentir raiva, culpa, medo, alegria, angústia, e muitos outros sentimentos. Na maioria das vezes, só percebemos e tentamos lidar com aqueles que nos causam algum impacto. Envolvidos em pensamentos, deveres e preocupações, nomeamos de imediato o sentimento que nos atravessa e que nos causa desconforto, sem procurar lidar com ele ou mesmo buscar entendê-lo.
Compreensível, não fomos educados para isso. Não fomos educados para lidar com nós mesmos. Não aprendemos a nos conhecer, nos perceber e nos agenciar com nossas emoções. O ser humano evita o desprazer e, diante de um sentimento que gera desconforto ou que ele classifica como algo “ruim”, vem a tentativa de evitá-lo e imediatamente é colocado em segundo plano, ou tenta-se ignorá-lo.
A qualidade dos pensamentos muitas vezes determina nosso humor. A qualidade da vida emocional é fundamental para a saúde como um todo. Educação emocional é reconhecer e aprender a lidar com as emoções. Não se trata de controle e sim de contato, percepção. Cuidar de si significa ocupar-se consigo, estar atento, observar-se, perceber-se. Um aprendizado de si mesmo; exercícios constantes de autoconhecimento que nos levam a uma maior consciência sobre como estamos, como reagimos, e como sentimos. É mais leve lidar com aquilo que conhecemos.
Sentimos, reagimos e não refletimos. Não estabelecemos contato com as emoções que nos atravessam. Muitas vezes, os efeitos dessa dinâmica acabam ecoando em questões importantes para nossa vida, causando situações difíceis e conflituosas nos relacionamentos afetivos, familiares, sociais e na vida profissional, tanto como em nós mesmos, e em muitos casos se refletem na saúde física, adoecendo o corpo.
O cuidado de si se traduz em atos que buscam o autoconhecimento. Estar atento a si, voltar seu olhar para dentro, interessar-se por si, por suas falhas e limitações, e também por suas potencialidades, seus acertos, sua transformação.
Transformar-se a si mesmo significa desenvolver habilidades técnicas para se agenciar com as emoções de forma que, diante dos acontecimentos inerentes à vida, possamos produzir e criar outras possibilidades e aprender a nos disponibilizar para o que está por vir. Desenvolver mais assertividade nas relações. Trata-se de um processo de constituição e transformação.
Texto escrito por: Mary Scabora
Curso Intensivo: Gestão de Recursos Humanos
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
– A interação entre pessoas e organizações e suas mudanças;
– Conceitos de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas;
– Processos e estrutura do órgão Gestão de Pessoas;
– Recrutamento e Seleção por competência;
– Desenvolvimento de pessoas;
– Avaliação de desempenho;
– Entrevistas;
– Clima Organizacional;
– Conclusão e Certificação.
Investimento: R$150,00 – Com material e certificado inclusos.
Turmas: 16/01/2016 e 30/01/2016 Carga Horária: 10 horas
Local: Clínica PROVIDA – Rua F7, esquina com Rua DF, Centro.
Maiores Informações: (66) 8400-8189 (65) 9996-0729-WhatsApp
Realização:
Articuladora: Kellen Patrícia – Psicóloga Organizacional CRP 18/02484
Especialista em Psicologia Social, Organizacional e do Trabalho.
Depressão não é só Tristeza
A Depressão é uma doença que afeta como você se sente, pensa e se comporta. De acordo com o DSM-V, as características mais marcantes da Depressão Maior são o sentimento persistente de tristeza e a perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas, levando a vários problemas emocionais e físicos.
Causa prejuízo social, ocupacional e/ou educacional. É uma doença crônica que usualmente requer um tratamento de longo prazo.
Depressão é diferente de tristeza. A Depressão se caracteriza por, não só tristeza, mas também e principalmente por falta de sentido na vida, falta de esperança no futuro, ausência de prazer em atividade que antes eram prazerosas. Na depressão, a tristeza surge sem motivo algum. É muito comum relatos de pessoas deprimida dizerem frases como: “Eu não deveria estar deprimido, minha vida está ótima, não posso reclamar de nada!”. Pensamentos como esse acabam até mesmo piorando a depressão, pois o paciente não só se sente triste “sem motivo” como também se culpa por isso.
As Causas da depressão não são inteiramente conhecidas, mas sabemos que ela tem causas genéticas e ambientais. Dentre o primeiro grupo, podemos destacar estudos que mostram que irmãos gêmeos idênticos de pessoas com depressão tem uma chance de 50 a 70% de terem depressão também, em algum momento da vida. Já os Gêmeos não-idênticos, ou simplesmente irmãos, tem uma chance em torno de 20-30% de ter depressão alguma vez na vida, se o irmão for afetado. Em famílias sem histórico de depressão, a chance de familiar vir a apresentar depressão é de cerca de 5%.
Ou seja, com estes dados, sabemos que ter um irmão com depressão aumenta o risco em 400 – 600% de se ter um episódio depressivo. Se for irmão gêmeo idêntico, o aumento do risco é da ordem de 1000-1400%. Questionamentos que podem ser feitos a estes estudos geralmente são relativos à influência da família na causa da depressão. Por isso, são também feitos estudos com crianças adotadas, mostrando que estas tendem a manter uma porcentagem semelhante de incidência de depressão do que quando crescem com os pais biológicos.
Assim, fica bastante óbvio perceber que a depressão tem um forte componente genético, mas que este não é determinante (estima-se que este componente genético represente cerca de 40% da chance para desenvolver depressão unipolar e 70% para o transtorno bipolar).
Não se pode tratar uma pessoa com depressão como se ela fosse culpada por estar doente. Entretanto, assim como em qualquer outra doença, o papel do doente em sua própria recuperação é fundamental. É vital que o tratamento seja feito de forma correta, com medicações antidepressivas e com psicoterapia (que são os melhores tratamentos, segundo a literatura científica atual).
O tratamento da depressão ainda incluir orientações dietéticas, avaliação de exames laboratoriais e exercícios físicos, além de uma série de orientações para uma melhor qualidade de vida.
Quais os sintomas de Depressão?
No Transtorno Depressivo Maior, os seguintes critérios são elencados pelo DSM-V:
1. Humor deprimido ou irritado na maior parte do dia, praticamente todos os dias;
2. Anedonia: decréscimo no interesse ou no prazer pela maioria das atividades na maioria dos dias;
3. Mudança significativa no peso (5%) ou no apetite;
4. Alterações de sono: insônia ou hipersonia;
5. Mudança no padrão de atividade psicomotora: agitação ou retardo psicomotor;
6. Fadiga ou perda de energia;
7. Culpa/inutilidade: sentimentos de menos valia ou culpa excessiva ou inapropriada;
8. Concentração: diminuição da habilidade de se concentrar, ou aumento da indecisão;
9. Ideação suicida: Pensamentos sobre morte ou suicídio, ou planejamento de suicídio
10. Sintomas de ansiedade: Medos irracionais, preocupações desagradáveis, dificuldade para relaxar, tensão, medo de que algo ruim possa acontecer.
Fonte: Clínica Acácia