AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NA CRIANÇA – indicações e contribuições

A avaliação neuropsicológica é recomendada em qualquer caso onde exista suspeita de uma dificuldade cognitiva ou comportamental de origem neurológica. Ela pode auxiliar no diagnóstico e tratamento de diversas enfermidades neurológicas, problemas de desenvolvimento infantil, comprometimentos psiquiátricos, alterações de conduta, entre outros. A contribuição deste exame na criança é extensiva ao processo de ensino-aprendizagem, pois nos permite estabelecer algumas relações entre as funções corticais superiores, como a linguagem, a atenção e a memória, e a aprendizagem simbólica (conceitos, escrita, leitura, etc.).

O modelo neuropsicológico das dificuldades da aprendizagem busca reunir uma amostra de funções mentais superiores envolvidas na aprendizagem simbólica, as quais estão, obviamente, correlacionadas com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição, a aprendizagem não se processa normalmente, e, neste caso, podemos nos deparar com uma disfunção ou lesão cerebral.

Ao fornecer subsídios para investigar a compreensão do funcionamento intelectual da criança, a neuropsicologia pode instrumentar diferentes profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente.

O conjunto dos instrumentos utilizados nos possibilita uma avaliação global das capacidades da criança, bem como das dificuldades encontradas por ela em seu desempenho dia a dia. Não se trata de rotular ou enquadrar a criança como integrante de grupos problemáticos, e sim de evitar que tais dificuldades possam impedir o desenvolvimento saudável da criança.

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O que acontece na infância, não fica na infância

Há tempos sabemos da importância da infância para uma vida adulta feliz e saudável psicologicamente. Recentemente li um livro que abordava o assunto. O autor citava o seguinte exemplo: se uma criança que chora e pede para ser alimentada é ignorada pela mãe, mas é alimentada, quando espera em silêncio, a criança grava em seu subconsciente, que quando quer alguma coisa não deve pedir, nem chorar, mas esperar, pois alguém vai perceber sua necessidade apenas em seu silêncio. Achei o exemplo esplêndido, porque apesar de fazer muito sentido e parecer lógico, é algo tão cruel, que eu não pensado nisso. Percebi o quanto pequenas atitudes podem influenciar o comportamento de um individuo a sua vida inteira, sem que o mesmo se dê conta. E infelizmente, conheci uma mãe que fez exatamente o descrito acima com sua filha. Desde que a mesma era bebê, ela dizia estar educando a filha.

Certa vez, tive a seguinte experiência com vizinhos de apartamento: as paredes não eram maciças o bastante para abafar os sons mais altos. Todos os dias a mãe das crianças parecia um anjo enquanto o marido estava em casa, falava baixinho e parecia a melhor mãe do mundo e esposa exemplar. Porém, assim que o marido saía de casa, a mulher começava a gritar com as crianças freneticamente. E por vezes trancava-as no banheiro ou no quarto para limpar a casa. O caso era claro: o casamento não ia bem, a mulher queria ser sempre melhor do que a ex-mulher do marido e tentava a todo custo manter a casa na mais perfeita ordem. Quando o homem chegava em casa, a mesma estava impecável, e a mulher parecia ser doce. Mas só até o momento do marido se ausentar novamente.

Eu me pergunto o que aquelas duas crianças vão levar para suas vidas adultas sobre essas experiências com sua mãe. Será que sempre verão no pai, o falso herói, que era capaz de transformar a mãe nervosa em uma pessoa calma e prestativa? Será que se darão conta algum dia, da oscilação terrível de humor a que eram submetidos diariamente, por conta da fraqueza da mãe? De que forma esse tipo de experiência afeta a vida das pessoas quando já adultas? E terão consciência dos problemas gerados na infância, que geram comportamentos inconscientes e que se repetem por uma vida toda? Será que todo estudo de psicologia e psicanálise nos permite mesmo olhar para trás e trabalhar tudo o que nos foi feito quando ainda éramos tão vulneráveis e vazios de aprendizado?

Não conheço as respostas para essas questões, mas gosto das dúvidas que elas geram. Conheço uma psicóloga que decidiu parar com toda sua vida profissional quando se tornou mãe. Ela sabia da importância fundamental dos dias infantis de sua filha. para que a mesma venha a se tornar uma adulta feliz e segura, sem traumas e comportamentos oriundos de problemas inconscientes de uma infância mal vivida. Certamente muitas mães fariam o mesmo se soubessem do grau tão elevado de importância na vida de um ser humano que tem a sua infância.

Quer um filho saudável, feliz e bem sucedido? Proteja sua infância. Viva seus dias com ele e para ele. O proteja de atitudes bobas como a da mãe que maltratava seus filhos toda vez que o marido saía de casa para o trabalho ou para seus passeios inusitados. O proteja da própria arrogância, de querer disciplinar seu filho que ainda mama no peito ou na mamadeira, o tornando um individuo que não saberá lutar por aquilo que precisa, mas possivelmente um fraco e covarde sem qualquer percepção do fato. Sem falar nas crianças molestadas, que sofrem vidas afetivas mal sucedidas a vida inteira.

Ser criança é ser um individuo vazio que se enche com tudo aquilo que aprende através dos pais, da escolinha e das pessoas a sua volta. A criança absorve tudo ao seu redor, sem qualquer possibilidade de filtrar o que é bom do que é ruim. SE na maioria das vezes nem mesmo os pais percebem o quão falhos são, quem dirá as crianças.

Não somos responsáveis por nossa infância e nem pelo que fizeram conosco. Sobre isso e para isso, temos os recursos da psicologia.

Mas somos sim totalmente responsáveis pela infância de nossos filhos. E que todo amor seja destinado aos nossos. E quando necessário, vale buscar ajuda profissional, já que o assunto é tão serio, delicado e sim, muitas vezes difícil.

Porque o que acontece na infância, não fica na infância. Permanece a vida toda.

Autora: Carolina Vila Nova