Você sabia? Depressão é tão ruim para o coração quanto colesterol e sobrepeso
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é uma das doenças mais comuns da atualidade, afetando mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Está entre as principais causas de incapacidade no Brasil.
Uma pesquisa, feita pela Universidade Técnica de Munique e pelo Centro Alemão de Doenças Cardiovasculares, publicada na revista científica Atherosclerosis, verificou o impacto que a depressão pode ter também sobre doenças cardíacas, quando comparada aos outros quatro fatores mais comumente associados ao infarto: tabagismo, hipertensão, colesterol alto no sangue e obesidade.
Como resultado, foi constatado que 15% das mortes por causa de doenças cardiovasculares tiveram como responsável a depressão. Apenas fumar e ter alta pressão arterial superam os riscos trazidos pela doença e pelos outros dois fatores.
O fato é que a depressão não é só um estado de humor, ela é uma doença física, que altera o sistema nervoso. Quem tem a doença apresenta uma produção alterada de hormônios que são mediadores de inflamação e que, por consequência, aumentam o risco de aterosclerose. A aterosclerose é uma inflamação das placas compostas por gordura e tecido fibroso, que pode levar à obstrução progressiva dos vasos.
Nos pacientes depressivos, os níveis de proteína C reativa, que é um marcador inflamatório importante, ficam elevado, assim como os níveis de noradrenalina no sangue. Outro agravante para o coração é o cortisol. O cortisol é um hormônio que é liberado em pessoas sob estresse, fator presente em muitos portadores de depressão, e uma característica desse hormônio é deixar o sangue mais espesso.
Um outro motivo que explica a incidência de problemas do coração entre os depressivos são os sintomas como a falta de energia e o cansaço, sendo comum que esses pacientes adquiram hábitos de vida muito ruins. Eles fazem menos exercícios, alimentam-se mal, desistem de seguir o tratamento recomendado pelo médico. Esse estilo de vida aumenta muito o risco de doenças, incluindo as do coração.
Assumir um estilo de vida saudável ajuda a promover a saúde geral, amenizando tanto os sintomas da depressão quanto das cardiopatias. O essencial, claro, é cuidar da alimentação, manter o peso adequado e praticar exercícios. Essas atitudes auxiliam também no controle de outros fatores de risco, como hipertensão, diabetes, colesterol e obesidade.
Evidências atuais demonstram que os antidepressivos que regulam a concentração de serotonina podem ter um efeito cardioprotetor em torno de 60%. Dessa forma, antes que a depressão tenha desdobramentos importantes, como as alterações cardiovasculares, convém buscar ajuda especializada.
Fonte: Dra. Marcia Fonseca