As maiores dores da sua vida virão na morte de um ente querido, na despedida de um amigo que vai embora para quem sabe nunca mais voltar, na perda de um grande amor, na traição de uma pessoa querida… Vai doer, e muito.
Que fique claro desde já: por mais que existam centenas de dores físicas insuportáveis, poucas superam as dores na alma.
Provavelmente, as maiores dores da sua vida não serão palpáveis e, muitas vezes, estarão vinculadas às pessoas que você mais ama. Virão na morte de um ente querido, na despedida de um amigo que vai embora para quem sabe nunca mais voltar, na perda de um grande amor, na traição de uma pessoa querida… Vai doer, e muito. Por muito tempo. Mas ninguém vai ver, só você irá sentir. Cada pontada doída, cada sentimento revirado. Tudo será sentido da forma mais intensa possível e, em alguns momentos, você vai se perguntar se é possível morrer de amor, saudade, ou outras coisas que a gente só sabe sentir.
Deixa que eu te respondo: é possível sim. Dizem por aí que não, que a única coisa que mata é doença cardíaca, degenerativa ou qualquer outra. Mas tem algumas pessoas que, assim como eu, acreditam sim que dor na alma mata. Para falar a verdade, acontece tão devagar que às vezes a gente nem percebe, mas é justamente aí que mora o perigo. Essa dor que dá uma pontada aguda no início e depois se torna homeopática. Aos pouquinhos ela vai tomando conta da gente, nos isolando dos momentos de felicidade, nos impedindo de sermos puros e livres.
Quando você se der conta, a sua dor já terá se tornado o seu eu por inteiro. Então sim, você estará oficialmente morto. E ninguém vai se dar conta, ninguém vai perceber. Para falar a verdade, você vai continuar bem diante dos olhos alheios. É muito fácil mascarar esse tipo de dor, basta colocar um sorriso no rosto, dar meia dúzia de risadas e ninguém vai nem desconfiar. Não há dores na superfície, lá é tão fácil ser perfeitamente feliz.
Nenhuma dor é agradável, seja esta física ou não. A diferença é que para toda dor física existe receita médica capaz de adiar ou minimizar o sofrimento, mas para as dores na alma não há remédio. Talvez o tempo, um ombro amigo ou, quem sabe, uma viagem para a Indonésia.
Sim, as maiores dores da vida não são visíveis aos olhos, mas são sentidas com tudo o que há de mais humano em cada ser. E todos nós vamos passar por isso, então meu único conselho é: sinta todas as suas dores da forma mais intensa possível e depois deixe-as ir. Jogue-as no córrego mais próximo e veja como a correnteza é capaz de levá-las para longe. Um dia você será capaz de olhar para aquele rio em que o córrego desemboca e se sentir de alma lavada.
Autora: Bruna Cosenza – Fonte: Obvius
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